Maria João é um tesouro vivo, uma artista reconhecida e aplaudida globalmente que, no entanto, nunca deixou de se mostrar irrequieta de um ponto de vista criativo, mostrando-se permanentemente disposta a arriscar novas aventuras, a buscar novas soluções, a apresentar novos projectos. O futuro é sempre o melhor lugar, acredita a cantora que ao longo das décadas foi voz activa em diversas e frutuosas parcerias, de Mário Laginha e Carlos Bica a Aki Takase.  

 Agora, fazendo eco da sua ascendência, Maria João volta a voar entre Lisboa e Maputo para a criação, na companhia de João Farinha e André Nascimento, aliados do projecto OGRE (com quem gravou vários álbuns desde 2012, incluindo o recente e muito aplaudido “Songs For Shakespeare”, de 2022), um novo álbum que cruza a sua original voz com planantes e evocativas texturas electrónicas. 

Com a colaboração de novos e recorrentes músicos – dos bateristas Silvan Strauss e Texito Langa ao guitarrista Valter Mabas ou ao percussionista Cheny Wa Gune, responsável pelas quentes colorações da timbila, o novo trabalho de Maria João enfatiza ainda o poder comunal das vozes através do coro TP50 em que harmonizam Xixel LangaXizimbaLeticia DeozinaNadya Cosmo e Onésia Muholove. As lendas de Moçambique Mucavele e Stewart Sukuma também juntam as suas vozes à da cantora portuguesa. 

Coube ao músico e produtor português Luís Fernandes, um reconhecido artista na área das vanguardas electrónicas, o papel de assinar a produção de um trabalho que implicou viagens entre Portugal e Moçambique e pontes musicais entre o passado e o futuro, o jazz e a world music, o ritmo e a melodia.

Categoria(s):