A noite de ontem, na Super Bock Arena, marcou um ponto alto para os fãs dos Delfins. Celebrando 40 anos de carreira, a banda trouxe consigo memórias e emoções que atravessaram gerações. O Porto, cidade que sempre teve um lugar especial na história dos Delfins, recebeu de braços abertos esta comemoração, e Miguel Ângelo, o vocalista, fez questão de destacar a importância da Invicta para a sua trajetória.

Com “Marcha dos Desalinhados” e “Sou Como Um Rio”, escritas no Porto e com fortes ligações aos concertos no emblemático Anikibobo, a banda recordou o passado, mas com olhos postos no presente e no futuro. A sala estava cheia e, apesar dos lugares sentados, quase ninguém ficou imóvel. O público entregou-se à música, sendo transportado por um repertório intemporal.

A noite foi também marcada por homenagens. Um dos momentos mais emotivos foi quando os Delfins prestaram tributo a António Variações, com uma versão inesquecível de “Canção de Engate”. E a nostalgia continuou quando tocaram “Não Vou Ficar”, música do filme “Adeus Pai”, para muitos considerado um filme sempre atual.

Entre as muitas surpresas da noite, Miguel Ângelo irrompeu pela multidão com umas sapatilhas com “rodinhas”, num gesto que fez jus à energia da música “Através da Multidão”, criada em colaboração com Paulinho Moska.

Num momento de pura emoção, a banda pediu “luz” ao público. Noutros tempos seriam os isqueiros a iluminar a sala, mas ontem foram os telemóveis e até folhas brancas a criar a atmosfera perfeita para “Aquele Inverno”. A música tornou-se uma homenagem não só às suas origens, mas também aos bombeiros que lutam incansavelmente contra os incêndios, recebendo uma forte ovação da plateia.

O Porto fez-se representar de forma especial quando as camadas jovens do F.C. Porto subiram ao palco, trajando o azul e branco e distribuindo bolas de futebol autografadas pela banda, criando um elo inesperado com os desportistas presentes. Um desses brindes chegou mesmo às minhas mãos – um símbolo de sorte numa noite já repleta de alegria.

Com a colaboração à distância de Gabriel o Pensador, a banda trouxe “Soltem os Prisioneiros” numa roupagem moderna, adaptada aos tempos de hoje, mas mantendo a força do original.

O encore final foi selado de forma emotiva, com a entrada da filha de Miguel Ângelo no palco, segurando um cachecol do F.C. Porto durante a “Baía de Cascais”, uma mistura improvável de afeto entre a cidade natal e a Invicta. Foi uma celebração que se estendeu muito além da música – foi uma noite de união, memórias e um futuro ainda cheio de promessas para os Delfins.

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