Robbie Williams: Os festivais jamais serão como dantes

Para uns uma oportunidade única, para outros, mais uma oportunidade de assistir a um grande concerto. Robbie Williams vem de Terras de Sua Majestade para aprender o que é ser do Porto!

São 3 dias de muita música e de muito divertimento. A Alfândega do Porto transforma-se numa verdadeira capital da música e apresenta o mote para o verão que começa. Quase como na moda, onde as tendências são apresentadas antes da saída das coleções, o North Festival passou a ser o barómetro para o que vem a seguir.

Não é fácil ser o primeiro. A Vibes & Beats abre as festividades, sem saber como correm as modas. O North Festival apresenta sempre um cartaz de excelência, embora nalgumas edições a oferta tenha sido exageradamente boa, para as delícia de quem gosta de boa música.

A edição de 2023 termina em apoteose com a magistral atuação de Robbie Williams, nunca sem antes dar os devidos créditos aos gigantes The Black Mamba e Pedro Abrunhosa.

A tarde começa cedo. Tiago Nacarato sobe ao palco, com uma plateia bastante composta para as 18:15h. Sem grandes novidades, anima o público que vai chegando e juntando-se ao gradeamento para reservar o seu lugar para o momento alto da noite. Aos poucos, a casa compõem-se. É o primeiro a beneficiar da língua instalada na frente de palco, entrando pelo público adentro e permitindo um contacto mais próximo e real com o público.

O tempo ameaça, caem algumas pingas de chuva, mas nada que faça dispersar quem traz uma ideia bastante fixa. Tatanka e a sua crew são os senhores que se seguem. Os The Black Mamba pisam o palco para mais uma performance única. A tentativa de colocar a zona VIP e a “plebe” em disputa musical sai gorada. A chuva vai incomodando aos poucos, não sendo, ainda assim, razão que leve a abandonar o lugar na primeira fila, junto ao gradeamento. O concerto estende-se e o público vai entrando na onda funk.

Com o cair da noite, a chuva intensifica-se e recebe Pedro Abrunhosa em completo dilúvio. A água corre pelas câmaras fotográficas abaixo, ameaçando qualquer bom funcionamento eletrónico. Entretanto, no pit, digladeamo-nos pelo melhor lugar para a fotografia. O cenário está propício a grandes chapas e a chupa cria um efeito brutal. Pedro Abrunhosa, esse, habituado às câmaras, sabe perfeitamente como se colocar para que o registo saia perfeito. A música, essa nunca falha.

Mas o verdadeiro momento acabava por chegar. Sem a possibilidade/autorização de registar fotograficamente o melhor concerto do ano, Robbie Williams saúda os presentes. Num ápice tudo foi esquecido; as horas em pé, a chuva intensa e incomodativa e abre-se uma cápsula de euforia que envolve os perto de 50.000 presentes. Temas como Let Me Entertain You, She’s The One, Rock DJ e outros não menos importantes têm presença (e passagem) obrigatória.

Robbie Williams gosta de conhecer pessoas e inicia um diálogo com um festivaleiro (Filipe) que estava mesmo à frente. Pergunta-lhe se conhece o seu percurso, incluindo o menos glorioso do tempo dos Take That, enquanto faz uma breve apresentação em vídeo dos momentos mais embaraçosos da sua carreira. Conta os seus problemas com o sucesso e a sua insubstituibilidade na boys band que lhe custou a expulsão. Palavra puxa palavra, fala da sua recuperação e da forma como encara a vida. Pergunta a Filipe se tem filhos, se é casado e dedica-lhes o próximo tema.

É altura para apontar as câmaras para as varandas, onde dezenas de pessoas assistem ao concerto à mitra. “Buy a fucking ticket” diz-lhes depois de uma troca de mimos. Descontextualizado parece grosseiro, mas garanto que na altura tudo soou direito…

Passa os olhos pela multidão e encontra uma jovem com quem começa a conversar. Descobre que, afinal, são duas (iguais). As gémeas são agraciadas com uns quantos elogios e com uma música que colocou a Alfândega do Porto a cantar em uníssono: She’s The One.

Hora e meia de espetáculo, com direito a um encore de luxo, que terminam com um fim de semana único. Para referência, apenas dizer que Robbie Williams não se cansou de agradecer a presença do público, principalmente o que esteve à chuva, esperando pelo seu concerto.

Quanto a nós, elevemos a fasquia para o próximo ano. Terá, obrigatoriamente, de superar 2023! Até já!

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