Depois de um anunciado festival campeão na venda de bilhetes, o North Music Festival começou … cedo demais! Eram 18h, pouco depois da hora inicialmente anunciada para os Jafumega. Uma banda carismática da Invicta que muitos, tal como eu próprio, estavam desejosos por ver. Se, para uns, a hora pouco importava, para outros foi um balde de água fria! Às 17:45h muitos poucos eram os que já estavam disponíveis para entrar em modo fim de semana (festivaleiro).
Eram cerca de umas 30 ou 40 pessoas, não deveriam estar mais. Luís Portugal entra em palco para uma atuação digna do local e do evento. O sol ainda só agora começa a descer e as luzes de palco não surtem qualquer efeito nesta atuação. Mais de 40 anos de estrada revistados em pouco mais de 40 minutos. Uma rapidinha que deu para matar saudades e para ter o privilégio de assistir a uma das melhores bandas nacionais de todos os tempos (gostos musicais à parte), mas que em nada dá o merecido crédito a tamanha formação musical. Kasbah, Nó cego ou Latin‘America foram ecoadas pela Alfândega do Porto. Para a Vibes & Beats: por favor convidem estes senhores para a segunda edição do Rock à Moda do Porto.

Seguem-se outros Velhos do Restelo (embora um “Restelo” mais a norte…). Os Trabalhadores do Comércio, filhos da mesma cidade e da mesma época, seguem com o registo rock que lhes é caraterístico. Entre temas novos e outros mais antigos, mais ou menos fiéis às versões originais, os Trabalhadores do Comércio vão dando a conhecer alguns temas do novo álbum, a sair no final do verão. O alinhamento flui naturalmente, entre Chamem a Pulíssia e De Manhá eu bou ó poum, a voz de Sérgio Castro dá lugar à, agora mais adulta, voz do puto Médicis que nos fala de 200 kilos d’amôre. Uma atuação bem mais completa que a dos conterrâneos anteriores, tenho usufruído de mais público. A força dos Trabalhadores é contagiante e o North Music Festival começa em grande.

A noite prossegue com um rock mais puro. The Legendary Tigerman entra em palco a rasgar. Conta com a especial participação de Ed Rocha dos Best Youth. Uma substituição de última hora que em nada prejudicou a prestação desta mítica banda. Ed Rocha é já rodado nestas andanças e está, portanto, habituado a este público, exigente mas caloroso do norte.

Mudam-se países, mudam-se ritmos. Os Bomba Estéreo vêm de Cuba com uma misticidade fora de série. Envolvidos numa selva tropical, Li Saumet deabula misteriosamente, com uma indumentária repleta de cor e fluorescências. As cores, mergulhadas numa permanente luz negra transpõem-nos para uma nova dimensão. O público, vestido a preceito, vibra com os primeiros sons mais eletrónicos da noite para, em seguida, entrar en êxtase ao som dos The Chemical Brothers.

Os britâncos The Chemical Brothers foram os cabeça de cartaz da primeira noite do primeiro festival de verão de 2023. O cenário ao Douro plantado está agora repleto. Atrás da enorme estrutura eletrónica, os dois “irmãos” vão puxando pelo público que abandona, por completo, as sessões disco do interior da Alfândega. Os responsáveis pelo sucesso de Hey Boy, Hey Girl, de 1999 terão sido responsáveis por algumas (quantas) noites mal dormidas, tal foi o estado de excitação que trouxemos no regresso a casa.
