A Cruz do(s) Diabo, ao vivo, na Sala 2

Após um período de afastamento dos palcos, Jorge Cruz reinventa-se e apresenta-se, na Casa da Música, no formato One Man Show

Longo vai o tempo em que Jorge Cruz tocava instrumentos. Ultimamente fazia-o apenas nos concertos, quando dava para tocar, mas maior parte das vezes era na escrita que gastava o seu tempo.

Casa da Música, 13 de abril de 2023. Jorge Cruz reaparece após 2 anos de total afastamento, após ter anunciado a amarga saída de uma das melhores bandas de música nacionais. Os Reis do Rock Popular anunciavam o fim, decorria o Ano do Senhor de 2021. Por razões de saúde, diz-se, Jorge Cruz foi aconselhado a abandonar os palcos, por receio de poder vir a perder a audição.

Retirou-se para o interior, local que sempre procurou e que, agora, o acolheu. Recuperou-se e recuperou a sua saúde. A sanidade mental, essa, saiu ainda mais reforçada com algumas novas canções. Escreveu, voltou a tocar e reinventou-se. Nunca se considerou verdadeiramente um músico, até porque não tocava instrumento – confessava entre “A Milhas do Mar” e “Exausto/Roupas“, enquanto afinava uma das duas violas acústicas que o acompanharam durante a noite. Intitula-se, antes, um Contador de Histórias. Adora escrever e um dos marcos mais importantes na definição da sua nova condição foi ao escrever “Heróis da Vila” (2014).

Seguem-se “Amélia” e “O Armário da Glória” que vão interrompendo o convívio que partilhamos durante as duas horas do concerto e vão trazendo lembranças de outros tempos. Um repertório cheio de “vidas e viagens”, com alguns temas do tempo dos Superego, outros mais recentes. Uns em nome próprio, outros dos Diabo na Cruz. Houve ainda tempo para relembrar Rosa Carne, que escreveu para os Amor Eletro e que confessou ser um orgulho ouvi-la ser cantada por uma voz tão única!

Tão longa foi a espera para voltar a ouvir Jorge Cruz, como tão rápido terminou o serão. “Forte” é o tema escolhido para encerrar o reencontro, dando, depois, origem a um encore com “Luzia” e “Nada“. Já fora do protocolo, termina com uma história que fala de uma azinheira que se encontra entre as aldeias das Amoreiras e Garvão – “Esta Moda vem da Serra“.

Um maravilhoso serão, na companhia de um excelente contador de histórias. Que se prepare o Teatro Maria Matos para dia 19.

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