Passou quase um ano desde que a banda escocesa esteve no North Music Festival, o melhor festival de rock do país! Durante 3 dias tocaram nomes sonantes como os GNR, Zen, Ornatos Violeta, os Jesus and Mary Chain e, obviamente, os The Waterboys. Uma atuação muito esperada que não teve o impacto desejado.
Quis o destino que, um ano depois, agora em sala fechada e com apenas o seu público, Mike Scott puxasse dos galões e mostrasse que o North Music Festival foi apenas um percalço. Uma atuação bem conseguida, refira-se, mas com um gosto algo … insosso!
Voltemos a 10 de março, e ao Coliseu do Porto. Sala cheia, público de pé – o que já há muito não acontecia. Não havia outra hipótese… Não cabíamos todos! Poucos minutos depois da hora marcada soam os alarmes. Tranquilamente entra Mike Scott, Brother Paul (teclas), James Hallawell (teclas), Aongus Ralston (baixo) e Eamon Ferris (bateria).

A noite começa com Strange Boat, de 2006 (Fisherman ‘s Blues). Quatro temas depois soam os primeiros acordes de A Girl Called Johnny e o Coliseu do Porto dás o primeiro sinal de alvísseras. Os “homens” estão vivos e de boa saúde. Os The Waterboys que pisavam o palco nesta noite, tinham deixado esquecer o episódio anterior, aquele da Alfândega do Porto. “Ainda bem que viemos“, ouvia-se. “Realmente isto é que é música!”. Os comentários seguiam-se de forma espontânea e agradada.

This is the Sea é o segundo grande hit que soa na sala. Com uma (re)composição diabólica, o concerto ganha uma nova força. Um grande tema com uma versão impensada. A melhor forma de mostrar que é possível pegar uma música intocável e dar-lhe uma nova roupagem, sem estragar… simplesmente modernizar!
Mas os grande músicos não têm medo de valorizar outros grandes músicos e os The Waterboys pegaram num tema de Patti Smith – Because the Night – e fizeram uma das melhores introduções para The Pawn Within. A história do concerto conta-se agora! Que me perdoem os mais puristas, mas nem sequer o The Whole of the Moon, música que terminou o encore e, consequentemente, o concerto, superou este momento idílico. Até ao fim, o público vibrou, cantou e dançou como se não houvesse amanhã.

No final houve ainda tempo para o Meet and Greet onde toda a banda recebeu alguns fãs que se faziam acompanhar dos seus álbuns (maioritariamente vinil) para os merecidos, e desejados, autógrafos. Depois de algumas fotografias, o regresso a casa fez-se com um gostinho especial.
Foi uma daquelas noites em que, pelo entusiasmo e excitação, (até) custou a adormecer! Continuamos apenas a sentir a falta de Old England. Para mim, o melhor tema de Mike Scott e companhia.
O alinhamento completo:
- Strange Boat
- Action
- Glastonbury
- How Long
- Ladbroke
- Johnny
- Innisfree
- This is the Sea
- Blackberry
- Weary Land
- Thrill
- Fiserman’s Blues
- Once were Brothers
- Because the Night / The Pawn Within
- Easy Rider
- M Bow
- Long Strange
- Time on Earth
encore
- Bang on Ear
- The Whole of the Moon
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