Falar em Jethro Tull é definir o conceito de rock progressivo… Um nome, um estilo de música (rock) caraterizado por influências clássicas, com recurso a instrumentos de teclas e composições extensas. Assim iniciava o concerto no Super Bock Arena.

A noite ia ser longa e a julgar pela plateia previa-se uma verdadeira viagem no tempo, mais concretamente ao início da segunda metade do século passado. Apertem os cintos… 3-2-1 …
Ian Anderson sobe ao palco poucos minutos após a hora marcada, com uma pontualidade tipicamente britânica. Ainda mesmo sem começar a tocar, o público estava conquistado. Quem estava no Super Bock Arena sabia perfeitamente para o que ia… Grande parte da plateia vestia-se de cabelos brancos. A juventude, já entradote, ia comentando o desejo que se iria realizar…

O concerto inicia-se com Nothing is Easy e com Love Story. Thick as a Brick vem a seguir e os sucessos encadeiam-se de forma espontânea. Durante toda a noite, vamos sendo agraciados com pequenas histórias que nos são contadas por Ian Anderson, como a do seu gato Curry…
“Todos os dias trazia animais para dentro da cozinha. Matava-os e desfazia-os… Era sangue por todo o lado! Agora é vegan… E não se queixa, até gosta!” conta o vocalista dos Jethro Tull antes de apresentar Hunt By Numbers, música que dedicou ao companheiro felino …

A noite segue até com Burrié in E Minor. Um tema que, segundo Ian, foi um pedido que o próprio Johann Sebastian Bach terá feito a Martin Barre numa noite de copos. “Daqui a 300 anos vais tocar esta música numa versão porn jazz“, terá (alegadamente) dito Bach… “e foi assim que surgiu o próximo tema: Burrié in E Minor“. Que noite de copos terá sido aquela…!?

O relógio vai-se adiantando e os hits vão-se sucedendo uns aos outros, até que é anunciado um pequeno intervalo… A malta já não é nova e precisa de ir à casinha. “Aproveitem e vão visitar a bancada do merchandising, ou beber qualquer coisa…“.
A segunda parte mantém o ritmo e facilmente somos, de novo, transportados para uma sonoridade ímpar, proveniente de outros tempo, mas que ainda assim se tornaram intemporais. Lembranças de outros rocks progressivos, outras operas rock que ficaram imortalizadas pela diferença, pela irreverência dos instrumentos e das influências musicais antagónicas. Jethro Tull são isto, são história, são marcos musicais. Jetrho Tull deveria ser, por si só, um estilo musical…

No final, a (quase) terceira idade era novamente criança. Os jovens, poucos, que acompanhavam os pais ou até mesmo avós, levaram uma lição musical. Quem não gosta de Jethro Tull, não pode gostar de música… Mesmo sem conhecer, dificilmente não se sente envolvido pelo brilhantismo das composições, sempre acompanhadas pela uma excepcional e hipnotizante produção audiovisual que acompanhou cada tema, em projeção de fundo.
Valeu a pena a espera de tanto tempo para os poder (re)ver! Esperemos que a próxima visita ao país de Camões não demore muito tempo…
Galeria completa também no